sábado, 23 de abril de 2011

PENFIGO


                PÊNFIGO:
Hoje vamos tratar de uma doença  que acomete caninos, felinos,  eqüinos, caprinos e humanos, e que normalmente assusta os proprietários, porque os seus pet sofrem, com bolhas dolorosas que surgem de forma repentina, o Pênfigo:
Esta doença ocorre porque o sistema imune, que deveria estar garantindo a guarda contra os invasores externo se confunde não sabendo distinguir entre os invasores, e os que não são vírus e bactérias .
O motivo deste é por desordem no sistema auto-imune, ocorrendo falhas no mecanismo que irá distinguir os antígenos constituintes do organismo e os externos como vírus e bactérias.
O pênfigo é uma dermatose auto- imune, não é contagioso, e tem como característica ulceração, crostas, pústulas, formação de vesículas, pode ocorrer em pele ou mesmo em mucosa, trata-se de uma dermatopatia vesiculo-bolhosa ou pustular da pele ou mucosa.
Essas vesículas são transientes, há o  envolvimento de cabeça, orelha, e coxins, e pode ser até generalizado, podendo ocorrer lesões em mucosas e mucocutâneas, mas estas são raras.
A dor e prurido são variáveis, e na maioria das vezes o paciente apresenta estado geral bom.
Deve-se , evitar exposição solar, raios UV.
É aconselhável evitar a dieta rica em gordura, que favorece a  pancreatite.
O tratamento é longo e normalmente deverá existir a manutenção deste.
Trata-se de uma doença provocada pelo próprio organismo, que possui tratamento e que deve ser controlado pelo médico veterinário.

A seguir detalharei mais especificamente, para aqueles que querem um pouco mais de informação.
O anticorpo ligado ao tecido que está direcionado ao antígeno celular epidérmico, vai ser depositado nos espaços intercelulares( entre as células), causando separação destas células da epiderme, formando então acantólise ( arredondamento celular).
Quais os tipos de Pênfigo?
 Foleáceo, Vulgar, Eritematoso, Vegetante.
Tipo Foleáceo:  Ocorre quando o anticorpo é depositado na superfície da epiderme. É o tipo mais comum.
Tipo Eritematoso:  Esse tipo relativamente comum , é uma variante benigna do foleáceo ou lúpus eritematoso com pênfigo.
Tipo Vulgar: Ocorre com lesões mais graves, e são mediadas pela deposição de auto- anticorpo apenas na membrana basal formando uma úlcera mais profunda. Acomete pele, é exócrino, anticorpo ligado ao tecido.
Tipo Vegetante: é um tipo raro, uma variante benigna do vulgar.
Os sinais clínicos que ocorrem são descamação, crostas, pústulas, colaretes epidérmicos, erosões, alopecia (falta de pelos), eritemas ( manchas avermelhadas), hiperqueratose com fissura dos coxins( excesso de proteina queratina).
No plano clinico pode apresentar linfoadenopatia, e na bioquímica pode ocorrer leucocitose, hiperglobulemia.  
 MÉTODOS E DIAGNÓSTICOS:
Para o diagnóstico, pode ser feita a citologia de aspirado ou de esfregaço por pressão de pústula e crosta ( células acantolíticas e neutrófilos), e fazer uma cultura bacteriológica na busca de infecção secundária.
Na busca de achados patológicos deverá ser feita uma biópsia de pele ou em torno da lesão, onde poderá apresentar acantólise e fissuras intradérmicas, microabcessos, formação de pústulas, queratinócitos acantolíticos superficiais.
Os Foleáceos e Eritematosos apresentarão acantólise e fissuras intragranular ou subcorneal;  e os Vulgar e Vegetantes apresentarão fissura suprabasilar.
É aplicado tratamento  de acordo com cada caso, e de acordo com o seu médico veterinário, com corticóides, em dose de ataque e depois com dose de  manutenção, pode entretanto, precisar de drogas imunomoduladores . Outro tratamento que pode ser aplicado é a Crisioterapia, que muitas vezes é usada com corticóide.
Existem outros tratamentos que podem ser usados em caso de pacientes intolerantes a cortisona.
Além destes, pode também ser feito também o tratamento tópico a base de creme com hidrocortisona.
QUE TIPO DE  EFEITOS COLATERAIS PODEM OCORRER?
Efeitos colaterais possíveis, dependendo do tipo de tratamento, são poliúria, polidipsia, polifagia, alteração comportamental, diabetes mellitus, pancreatite, hepatotoxicidade, leucopenia,  trombocitopenia, nefroxicidade e dermatite, estomatite e reação alérgica.
 Levar em consideração sempre que  o fato de estar fazendo imunossupressão pode ocorrer infecção por demodex, bacteriana, fungica sistêmica e cutânea.
QUE TIPO DE MONITORAÇÃO É NECESSÁRIA?
Ideal manter paciente monitorado , com hematologia, bioquímica sérica de rotina, avaliando a cada três semanas, depois de um a três meses até completa remissão das lesões.
Trata-se de uma doença provocada pelo próprio organismo , que possui tratamento e  deve ser controlado pelo médico veterinário.

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